domingo, 2 de janeiro de 2011

Aos que leem

Era mentira quando gritei que só escreveria para expor o meu repúdio pelas pessoas e por mim.

Que seria uma versão niilista das palavras que pairavam sobre os outros, daqueles que não sabem que quando proferidas as palavras, as escuto em silabadas, em camadas. As dissolvo e monto-lhes frases melhores com o mesmo intuito para deixa-las livres de abutres e então os engano. Em minha mente, as palavras são um mundo todo.

Eu menti acreditando na verdade. Me desculpo, mas eu fui pura.

Consigo escrever coisas felizes se elas em mim brotarem.

Hoje, que é depois de ontem, eu fecho os olhos.

Eu sinto que devagar se tornam tocáveis. Era tudo tão abstrato.

A minha mente sempre brincou de me enganar, de me fazer contorcer pelo chão da verdade.

Eu não sei o que é verdade, mas meu peito não há de me enganar assim.

No entanto não confio em mim da mesma forma como confio na blusa dele que me esquentou durante a noite.

Entendo que nada está certo, que do caos as tintas mancham as paredes. Mas é tudo tão cru.

Para quem se lembra do que já escrevi, quem já leu o que nunca postei, digo que a poesia vive e minha alma não é fluente num mundo aonde existem bocas.

Escreveria uma carta, mandaria um cartão postal, assinaria um contrato, escreveria Bom dia, Boa tarde, Boa noite, 5 pães por favor, Um feliz ano novo, Duas doses de vodka, por favor; Eu te amo, Quanto custa este livro?, Me desculpe não tenho trocado, Mude de canal, Estou infeliz, me abrace; Ah estou tão feliz, me abrace. Eu viveria bem, num mundo sem bocas, sem ouvidos.

Estou me rendendo em busca do aprender.

Pela primeira vez eu não estou só.

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