Um apartamento velho e sujo.
Por debaixo de toda a 9ª sinfonia das moléstias há canos.
Canos petrificados pela ausência líbrida da inocência.
Eles não possuem calendários amarelados e nem números desgastados após a síndrome do uso,mas são tão antigos quanto a ferrugem que os cerca.
Eu sinto como se houvessem canos em meu estômago,canos em meus cabelos e em meus lábios.
Canos em mim.
Todo o sentimento que em mim flui rapidamente acaba transbordando como a água cheia de vergonha.
A angústia e o tempo parado são como as gotas que devagar me esfolam.
No meio tempo da dor e das lágrimas, eu não sinto nada.
As lágrimas me molham os cílios e eu nem se quer sei porquê.
O desespero se enche de mim, mas eu não posso.
Me controlo.
Me agaixo.
Me reviro.
Estou leve.
Antes perplexa, dando o meu melhor para nomear os sentimentos, as confusões.
Agora aqui...nada mais faz sentido.
Sinto os meus dedos congelando, mas não é inverno.
Perco os movimentos.
O olhar fixo me supre.
Logo, estou fechando os olhos sem o desejo de os fechar.
Estou muda.
Lhe imploro que fale comigo, pois não estou surda.
Fale comigo e seja como uma gota d'água de um cano podre.
Pingue sua voz sobre a minha testa.
Ela escorrerá até o meu umbigo.
Tentarei me mexer como tentativa de coçar-me.
Embora sinta cócegas.
E se me mordesse?
A ponto de sangrar.
O sangue escorrerá entre as minhas pernas e depois entre os dedos do meu pé.
Usarei a concentração que me resta para mover os dedos e batê-los no sangue simulando um ritmo qualquer.
Como uma criança em uma poça d'água.
sábado, 20 de março de 2010
A cortina suja da má sorte e a infelicidade corriqueira.
Eu não sei o que em mim falta padecer.
Sei.Sei que me falta a falta.
Essa falta de saber que agora tudo que me vale é a insanidade do sol e a ardência na pele.
Se posso me encontrar morta em seus beijos ou tocando as suas costas,tanto me faz a morte.
Tudo quieto.
Esse é o meu tanto faz.
O mesmo que tanto fez e tanto fará que me embriaga agora é a lembrança da ausência do inatingível.
Me consumi e nem vi isso acontecer.
Eu não sei o que em mim falta padecer.
Sei.Sei que me falta a falta.
Essa falta de saber que agora tudo que me vale é a insanidade do sol e a ardência na pele.
Se posso me encontrar morta em seus beijos ou tocando as suas costas,tanto me faz a morte.
Tudo quieto.
Esse é o meu tanto faz.
O mesmo que tanto fez e tanto fará que me embriaga agora é a lembrança da ausência do inatingível.
Me consumi e nem vi isso acontecer.
Tantas angústias que já não sei se sou angústiada ou apenas uma boa anfitriã. Eu não posso mantê-las presas em mim.
Vamos fazer assim, te engano com um sorriso tão farsante que fará com que sua pressão sanguínea caía de modo em que perca o equilíbrio bem na minha frente. Mas me conte suas coisas.
Se quiser, eu caminho com dois livros corretamente postos em minha cabeça, como tentativa clássica de conquista e postura.
Talvez não dê certo.
Hoje eu acordei sentindo como se tivesse deixado metade de mim para trás, em alguma parte do meu colchão.
Vamos fazer assim, te engano com um sorriso tão farsante que fará com que sua pressão sanguínea caía de modo em que perca o equilíbrio bem na minha frente. Mas me conte suas coisas.
Se quiser, eu caminho com dois livros corretamente postos em minha cabeça, como tentativa clássica de conquista e postura.
Talvez não dê certo.
Hoje eu acordei sentindo como se tivesse deixado metade de mim para trás, em alguma parte do meu colchão.
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